“Eu não teria dito isso há 20 anos, mas agora conheço muitas pessoas que são gays e lésbicas e parecem ter uma boa vida espiritual”, disse Peterson ao site. O líder contou que passou 29 anos pastoreando uma Igreja Presbiteriana que ele mesmo fundou em Bel Air, Maryland (EUA), e que durante esse período não teve tantos aconselhamentos com homossexuais em sua congregação.
No entanto, um dos poucos aconselhamentos nesta área lhe chamou atenção de forma especial. Ele explica que, certo dia, um jovem pediu para assumir o cargo de líder de louvor na congregação. O tal rapaz havia crescido na igreja de Peterson e se tornado um músico talentoso, além de professor de ensino médio. Enquanto pedia o emprego, ele revelou que era gay. O pastor teve orgulho de sua igreja, que não fez qualquer questionamento sobre a contratação do jovem.
Para Peterson, o rapaz “era realmente um bom músico e a pessoa certa para o trabalho”. Ele sente que a igreja está em um momento de transição em relação à posição sobre a homossexualidade. “Eu acho que esse tipo de debate sobre lésbicas e gays pode acabar”, ressalta.
Sem resposta definitiva
Sobre a homossexualidade ser algo correto ou errado, Peterson não possui uma resposta definitiva. “Eu não acho que seja algo que você possa exibir, mas também não julgo ser certo ou errado”. Para o líder, este é o momento da igreja derrubar o debate, pois se uma igreja não concorda com a decisão de incluir homossexuais na congregação, “provavelmente eles irão para outra igreja”, colocou.
Megan Briggs, editora do site Church Leaders questiona: “A curiosa resposta de Peterson a esta questão levanta uma antiga pergunta: qual é exatamente o propósito da igreja? É para ser uma espécie de clube ou ser um lugar onde pessoas de diferentes contextos socioeconômicos, filosofias, culturas e talvez até mesmo orientações sexuais possam se reunir para buscar a Deus e sua vontade juntos?”.
Peterson, que já tem 84 anos, ressalta na entrevista sua crença na importância do relacionamento pastoral nas igrejas. Ele não é fã de mega-igrejas, onde há a preocupação de lotar templos e não de construir um bom relacionamento com as ovelhas. “Não há relacionamento com ninguém”, diz ele sobre as congregações de grande porte. Ele continua dizendo que esse tipo de igreja preza pela diversão. “São lugares de entretenimento”.
A verdadeira igreja, de acordo com Peterson, é “relacional”, onde as pessoas “conhecem as outras com quem estão orando”. Ele diz: “A conversa é uma das coisas mais importantes que os pastores precisam desenvolver – em vez de dizer às pessoas o que fazer”. Peterson sugere que em vez de lhes dizer que seu estilo de vida é errado ou pecaminoso e que eles devem mudar, o pastor deve primeiro conhecer a pessoa, ouvir sua história e envolvê-los.