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Somos a geração do amor livre. Nós o transformamos até mesmo num dogma como pregado, cantado e demonstrado nessa edição do Rock in Rio, e ai de quem opor-se a ele. Ele é dogma no sentido de que todos têm total liberdade para escolher o que quiserem quanto a sua sexualidade, contudo, entretanto, todavia, porém, não se alguém quiser iniciar um processo para deixar de ser gay, se assim for, a liberdade tão apregoada já não será mais tão prezada.

O problema com a ideia dogmática do amor livre é que ela carrega em seu cerne uma contradição essencial: o amor não pode ser medido apenas pelo seu grau de liberdade, pois amar não é um ato que constitui-se apenas de liberdade. Liberdade elevada à última potência atende pelo nome de anarquia, não amor.

Dentro das relações de amor existem muitos outros fatores que vão além da liberdade, existe comprometimento, responsabilidade, sacrifício, resignação, renúncia. Estamos com a falsa impressão de que nos libertamos da opressão da família patriarcal tradicional, quando na verdade estamos apenas trocando o suposto e famigerado agente opressor, que agora atende por outro nome: impulsos afetivos. Nossa geração rendeu-se ao sensorial, ao afeto como senhor sobre todas as coisas.

Na esteira do mesmo pensamento, transformamos o Estado numa máquina cada vez maior e mais reguladora de nossas vidas. Entregamos nas mãos dessa distinta, eficiente e altamente estimada instituição a prerrogativa de definidor das relações afetivas humanas. Pergunto, diante disso: o que nos espera ali adiante? A legalização do poliamor, da pedofilia, do ecoamor, do canibalismo, da zoofilia? Tudo em nome do amor, não é? Afinal, consideramos justa toda forma de amor, diria o poeta, não? O Estado falou? Tá falado! Ou seria tá lacrado?

Se nossa geração agnóstica secularizada que cita inúmeras vezes muito seletivamente as palavras de Jesus quando ele versa sobre amar ao próximo como a ti mesmo, soubesse, verdadeiramente, a respeito de qual amor Jesus estava se referindo, não se utilizaria de forma tão equivocada das palavras do Cristo para justificar tais práticas. O amor sobre o qual Jesus está falando – e basta olhar sua vida e obra que isso ficará evidente – tem muito mais a ver com a renúncia cabal de si mesmo para o cumprimento e obediência da vontade de Deus em humilde resignação, do que com uma liberação ilimitada de todos os impulsos carnais humanos sob o pretexto de uma irracional e ensandecida liberdade.

O homem pensa ter assumido o Trono de Deus e ter realocado o próprio Deus para o banco dos réus, mas só pensa. Pobre homem, um sopro nas mãos do Criador, um vento passageiro que ousa todos os dias rebelar-se contra o Senhor de Toda Criação. Não enganem-se, meus amigos! Deus continua reinando e chamando os homens a arrependerem-se de seus maus caminhos e tornarem-se para Ele. Muito em breve todos os pingos serão colocados nos is e toda língua tremulará dizendo em alto e bom som que Jesus Cristo é o Senhor de todas as coisas.

Lucas Freitas é plantador da Igreja Presbiteriana do Brasil na cidade de Cunha/SP, é formado no SEDEC – Seminário de Desenvolvimento Comunitário pelo CADI Brasil e na Escola Compacta pela Missão Steiger Brasil. Atualmente cursa o oitavo semestre de teologia pela FUNVIC – Fundação Universitária Vida Cristã em Pindamonhangaba/SP.